domingo, 3 de julho de 2011

Meu filho não me escuta


De Naomi Aldort

“Meu filho deveria me escutar”

Pergunta: Meu filho de sete anos parece não me escutar. Estou tão confusa. Simplesmente não sei onde eu errei. Ele não deveria me escutar se temos que deixar a pracinha, ficar pronto para sair, sentar-se à mesa, vestir seu casaco ou ficar quieto?
Resposta: O pensamento “ele deveria me escutar” é a origem de toda a confusão. Você ou eu não temos como saber que ele não escuta, ou que ele deveria escutar.

PERGUNTE A NAOMI

Para mim o que você diz é que ele não faz o que você fala. Quando uma criança não segue a nossa lógica nós dizemos que ela “não está ouvindo”. Ainda assim, você realmente quer que a sua criança obedeça somente porque você é maior ou mais velha? Você quer que ela tenha medo de você, e aja contra seu guia interior.
A maioria de nós quer garantir que uma criança cresça pensando por si própria , que no futuro ela não siga ninguém cegamente,que tenha uma boa afirmação e seja confiante. Esperamos que ela saiba se defender na presença de transgressores sexuais , das drogas, das “porcarias”e dos sempre sedutores shoppings e da mídia. Por que treinar o seu filho para obedecer? Se for para ele ser autoconfiante e capaz, ele precisa escutar a si próprio. Pelo que você me falou, ele já está fazendo isso. Com tamanha confiança ele saberá escolher quem e quando escutar ,e pelo que se mover.
Por que é tão difícil confiar que a resposta do seu filho seja do jeito que tem que ser quando ele não faz o que você diz? Porque a sua própria mente está muito ocupada tentando distrair você do seu bom senso natural e amor. Amparada pela mídia, pelos avós e pelos amigos, a sua mente acredita que o seu filho deve ser algo diferente do que ele é, embora, bem no fundo você não acredite nisso. Se o seu filho não quer compartilhar ou se vestir, a mente pode berrar dentro da sua cabeça: “ele deveria ...” Se você ficar presa na pauta da sua mente, perderá de notar a sua criança que está no lugar certo, fazendo seu trabalho no tempo exato.
Olhe para quando você realmente confia e aprenda por si própria: você empurrou seu filho para fora do útero aos 8 meses para garantir que ele aprendesse a respirar? Você o ensinou a andar ou a falar? Observando as áreas em que você confia tranquilamente, perceberá que as outras áreas, que a sua mente diz pra se preocupar não são diferentes. Ele lerá quando for o tempo, se vestirá quando se vestir, terá boas maneiras quando tiver, compartilhará quando quiser compartilhar e fará sua própria comida quando fizer. Apenas esteja lá e assista para comprovar tudo isso.
Quer dizer que você não deve fazer nada? Claro que não é isso. Mas, em vez de direcionar, você responderá ao seu verdadeiro filho, do jeito que ele é. A sua mente pode ser que reclame e grite com muitos pensamentos amedrontadores; se você obedecer a essas vozes irá sofrer e afastará seu filho de confiar em si próprio. Em vez disso, para poder sair do caminho e suprir as necessidades, fique alerta às intenções dele.
Então, observe a sua expectativa de que ele deveria escutá-la e veja como pode se beneficiar do seu próprio aprendizado. Ele está escutando quando se recusa a fazer o que você diz. Você o está escutando quando ele afirma a sua vontade? Você está se escutando? Dentro de você está a verdade, que você quer que o seu filho confie em si próprio e dirija sua própria vida. A boa notícia é: Ele está fazendo isso!
É inútil tentar controlar a escuta ou as ações de outra pessoa. Mas, você tem poder sobre si mesma; você pode escutar. Quando você escuta no sentido amplo da palavra, você planeja as coisas de modo a diminuir os conflitos e a vida flui sem tanta batalha.
Em uma consulta telefônica, um pai australiano desabafou comigo sobre a recusa de seu filho a usar chapéu nos dias de sol forte. Como você, ele estava pensando que seu filho deveria “escutá-lo”. Com “escutá-lo” ele queria dizer fazer o que ele fala. Apesar das explicações do pai, o menino continuava tirando o chapéu. Eu perguntei a esse pai se ele se submeteria a alguém que colocasse o chapéu, casaco ou cachecol nele contra sua vontade. Ele percebeu imediatamente que não permitiria aquilo e celebrou o fato de seu filho saber se cuidar com tanta autoconfiança. Bem, mas, ele deve usar o chapéu, não deve? Quando esse pai escutou, ele entendeu que seu filho não gostava de usar chapéu. Embora o pai tenha explicado para o menino porque isso era importante, obviamente, a criança não estava convencida.
Sem o pretexto de que o menino deveria “escutar”, o pai foi capaz de inventar algumas soluções: Criar uma atividade que se desenrole na sombra; levá-lo a uma loja para escolher um chapéu que ele goste; mostrar um vídeo que explique porque deveria usar chapéu; permanecer dentro de casa; sair pra passear de manhã cedo e à tardinha quando o sol está ameno; colocar creme protetor solar ou mover a caixa de areia para uma área sombreada do terreno.
O que de fato aconteceu? Esse pai escutou. Ele disse para o seu filho: entendo que você não gosta de usar chapéu. Preocupa-me que o sol possa te queimar. Você pode me dizer o que o incomoda sobre o chapéu? A criança falou e o pai fez mais algumas perguntas até que soube exatamente que tipo de chapéu empolgaria seu filho e, quais outras soluções funcionariam.
Outro exemplo típico é quando os pais dizem: “ela não me escuta quando está na hora de ir para casa.” Se você escutá-la perceberá que ela precisa de mais tempo na pracinha e, planejará melhor da próxima vez: você leva comida, roupas extra, fraldas para o bebê. Planeje menos saídas que sejam mais longas etc.
Tem vezes que você precisa ir embora antes que a criança tenha se divertido o suficiente. Sua filha escutará você quando lhe falar honesta e amorosamente. -“Temos que ir pra casa agora” é ditador e desonesto. “Nós” não precisamos realmente ir embora. Você quer ir para casa. O bebê talvez precise de cuidados que são mais fáceis em casa; você pode estar com frio, com fome ou impaciente e gostaria de jantar, etc. Nada é uma obrigação quando a preferência da criança é levada em consideração com a mesma urgência.
Freqüentemente usamos frases do tipo:- “está na hora;” -“vamos” ;ou: -“nós temos que” com a intenção de disfarçarmos o nosso franco:- “eu quero”. Não é de surpreender que as crianças respondam mais positivamente à conexões baseadas em honestidade e que elas de fato preferem fazer algo por nós do que o elusivo:- “nós” e, -“isso é” .
Para ser honesto, você pode dizer para a criança:
“- Eu vejo que você quer continuar brincando. Eu gostaria de ir para casa logo. Quantas vezes mais você quer escorregar antes de ir?”
A maioria das crianças falaria um número razoável como cinco ou dez vezes mais. Todavia, mesmo 100 vezes uma hora termina e a maior parte das crianças perde o interesse bem mais rápido do que pensávamos. Um processo tão honesto de boa vontade e respeito é pacífico, e faz valer a pena a espera.
Naturalmente, você afasta a criança de perigos e situações que a prejudiquem, porém, mesmo nessas situações , a questão não é se ela está ou não te escutando. – “ele deveria me escutar” (querendo dizer fazer o que eu digo), simplesmente não é verdadeiro, quando o fato é que ela não o faz. O jeito que ela é me diz o jeito que ela deveria ser. Conhecer a verdade é muito útil para você e pode salvar uma vida. Se o seu filho que está recém aprendendo a andar sair para a rua, obviamente ele não a escutou. Quando você estiver em paz com a verdade de que ele simplesmente não irá escutar, você age no sentido de protegê-lo do perigo. Escutar o seu filho é conhecê-lo e responder à realidade e não a uma ilusão.
Como você saberá o que esperar em cada idade? Minha resposta é: Observe. O que a criança está fazendo é a prova viva do que ela deveria ser. O mesmo se aplica a você que está fazendo o seu melhor o tempo todo, e qualquer tentativa externa para mudá-la, só atrapalha o seu curso. Seu filho está correndo o mais rápido que pode para se tornar um adulto. Quando alguém está correndo o mais que pode, um empurrão só fará com que caia.

Naomi Aldort é a autora de “ Raising Our Children, Raising Ourselves” (Criando Nossos Filhos Criando nós Mesmos). Pais e mães do mundo inteiro procuram pelo seu aconselhamento por telefone, pessoalmente e escutando seus CDs, e participando dos seus “workshops”. Suas colunas de conselho aparecem em revistas de paternidade/maternidade progressivos no Canadá, EUA, Austrália, no Reino Unido, e são traduzidos para o alemão, hebreu, holandês, japonês e espanhol. Ela é casada e mãe de três filhos . Seu filho mais novo, Oliver Aldort, tem treze anos de idade e é violoncelista (www.oliveraldort.com). Para mais informações sobre a Naomi visite as páginas www.NaomiAldort.com ou www.AuthenticParent.com.


Permitida a divulgação e veiculação, desde que citada a fonte: http://www.slingando.com

sábado, 2 de julho de 2011

Ser mãe depois dos 35 anos tem suas vantagens

7 benefícios de ser mãe depois dos 35
Acredite: ter filhos nessa fase da vida tem muitas vantagens!

Por Lígia Menezes


Hoje em dia, são comuns as mamães de primeira viagem com mais de 35 anos. Nessa fase, muitas mulheres se encontram em uma situação mais estável e sentem mais segurança na hora de educar o bebê. Mas o que muita gente não sabe é que há muitas vantagens em ter filhos nessa fase da vida, desde a sexualidade da mãe até a diminuição do risco de depressão pós-parto. Quer saber mais? Listamos a seguir os principais benefícios da maternidade tardia:

1. Mais paciência: “Mamães mais velhas tendem a investir mais na educação dos filhos e ainda têm mais experiência e sabedoria para compartilhar com eles”, conta o ginecologista Marcello Valle, especializado em Reprodução Humana, da clínica Origem, no Rio de Janeiro. Além disso, terão mais oportunidades para levar os filhos na escola, participar de reuniões escolares e “ainda costumam ter mais paciência com as crianças”, avalia a psicóloga e psicoterapeuta, Cynthia Schincaglia, do Rio de Janeiro.

2. Mais maturidade: os benefícios não são uma exclusividade das mamães, não. Com o passar do tempo, os papais também tendem a ter uma melhor situação financeira. Isso se reflete na segurança que ele vai oferecer ao bebê. “O homem mais velho conta com uma estabilidade bastante importante para a chegada do filho – o que melhora a relação do casal e a revigora”, diz Soraya Deminicis, psicóloga e sexóloga, de São Paulo.

3. Maior disponibilidade para a criança: quanto mais velhos forem os pais, mais presentes estarão na vida dos filhos, pois já deram conta de suas prioridades e podem planejar melhor o futuro da criança. “Com mais de 35 anos, o casal está maduro e tem uma relação equilibrada – o que é ótimo para a educação das crianças”, explica Cynthia. “Sem contar a disponibilidade de tempo: aos 20 anos, parece que o mundo está correndo lá fora. Essa sensação não aflige as mulheres mais maduras com tanta intensidade”, acrescenta a ginecologista e obstetra Maria Cecília Erthal, diretora médica do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or, no Rio de Janeiro.

4. Risco de depressão pós-parto diminui: a maior incidência de depressão pós-parto ocorre nas mães que têm entre 15 e 24 anos. “Com mais de 35 anos, a gestação tende a ser planejada, o que diminui a chance de depressão pós-parto”, explica Marcello.

5. Gravidez tranquila: alterações hormonais em gestantes fazem com que as emoções oscilem bastante. Porém, em mulheres mais velhas, a proporção que esses sentimentos tomam é menor graças à maior experiência de vida. “A oscilação de emoções sempre ocorre na gravidez, tanto nas mães mais jovens como nas mais velhas, mas o que muda é a maneira de lidar com elas”, explica Soraya.

6. Saúde em dia: quando a mulher tem mais de 35 anos, o risco de desenvolver diabetes, hipertensão arterial na gestação e ter um parto prematuro são maiores. Graças a isso, gestantes mais maduras costumam fazer um acompanhamento mais rigoroso nessa fase e tomam mais cuidados com a saúde do que as mamães mais novinhas.

7. Melhor relação com o corpo: segundo Soraya, essas mulheres mais experientes também lidam melhor com as mudanças que ocorrem no corpo – o que faz bem até para a sexualidade delas. “A relação da mulher com o seu corpo se torna mais consciente, impedindo que as alterações causem impacto na vida sexual e na interação com o parceiro”, finaliza a psicóloga e sexóloga.

Fonte: http://bebe.abril.com.br