quarta-feira, 22 de junho de 2011

Relato de amamentação e processo de introdução de alimentos da Manuela


Segue o relato que fiz da amamentação e processo de introdução alimentar de nossa filhota Manuela. Escrevi quando ela estava com quase 11 meses. Agora a pequena está com 1 ano e 3 meses, nossa como passa rápido.

Vamos lá:

Bem, não tinha pensado, até hoje, em fazer o relato do processo de amamentação da Manuela, nossa filhota de 10 meses e 3 semanas de LM em LD e atualmente em pleno processo de introdução alimentar, que é um relato a parte.

Quando engravidei da Manuela pensei muito em ter parto normal e apesar dos meus problemas epilepsia e diabetes tipo 2, estava disposta a fazê-lo apesar do meu medo com relação ao que aconteceu com minha mãe (faleceu no meu parto, devido a pressão alta), porém na 37 semana de gestação desenvolvi um polihidrâminio por causa da diabetes que não possibilitou levar a gravidez até o final. Tudo bem, passei por uma cesária e nossa filhota linda nasceu com 3,05kg e 0,45 cm comprimento, uma meninona linda e saudável,, nota apgar 9 e 10. Pedimos para que a colocassem no peito ali mesmo no centro cirúrgico, mas logo a levaram...ahhhhh os procedimentos...

Na manhã seguinte foram aquelas enxurradas de enfermeiras, nutricionistas e etc dizendo como fazer para amamentar, pega sua mama daqui, aperta dali, cada uma dizendo uma coisa, segura a cabeça da criança, encaixa, solta o ombro, relaxa, faz massagem, e a pequena só pegava direito, ou melhor, qdo todo mundo ia embora, só eu e ela nos entendíamos...mas ela só queria dormir e ficava pouco no seio.

No segundo dia a tarde um susto minhas mamas pareciam de pedra e doloridas e a bebezinha só dormia...mamava pouco...E mais enfermeiras falando e falando...Mãe, vc não esta fazendo direito, relaxa, se vc ficar nervosa o bebê sente e não mama direito...Affff...

No terceiro dia de manhã já tudo pronto para ter alta a notícia, Manuela teria que ficar no banho de luz por causa da icterícia...Nosso mundo desabou, pois eu sairia de alta e ela não...

Com isso acabei ficando recém operada na sala de espera da maternidade para dar de mamar pra filhota de 3 em 3 horas, pelo menos durante o dia e a noite e de madrugada dariam o meu leite que tirei nos intervalos no banco de leite, ficando apenas 1 mamada com complemento na madrugada, se necessário. Fomos nesse ritmo por 4 dias, tempo em que Manu ficou no hospital, minhas mamas duras, eu tendo que massagear e com dificuldade, pois tive síndrome do túnel do carpo na gravidez, não sentia a ponta dos dedos, estavam dormentes e doloridos, fazia a massagem com a lateral dos polegares e meu marido tb ajudava. Tirar o colostro/leite no banco de leite da maternidade tb foi fundamental nesse período. Lembro-me que usei uma máquina super forte usadas por mães funcionárias da maternidade, nossaaa esfolou tudo... e dá-lhe pomadinha de lanolina...que por sinal me ajudou muito, pois os bicos esfolaram um pouco nessa época mas nunca chegaram a rachar. 

Tb foi uma luta para amamentar minha filha nesse período, pq algumas funcionárias da fototerapia não queriam tirar a faixa de proteção dos olhos da Manu, por pura preguiça de ter que colocar novamente depois para que ela pudesse mamar...Rodei a baiana...e tb não queriam que eu amamentasse minha filha alegando que se tirassem a bebê da fototerapia muitas vezes o tratamento não faria efeito. Mas e o meu contato com ela, e a nossa relação? Isso não poderia ajudar na recuperação dela tb? Enfim, mas um motivo para stress e confusão com o corpo de enfermagem...mas conseguimos enfrentar...vi surgindo naqueles primeiros dias a leoa dentro de mim...uma forca que nunca havia sentido antes, era capaz de enfrentar o mundo por nossa pequena filha.

Fomos levando assim ate sua alta, 4 dias após a minha. E me vi com aquela pequena criaturinha indefesa nos braços saindo da maternidade e ainda no hall um pianista tocava:  EU SEI QUE VOU TE AMAR! POR TODA MINHA VIDA EU VOU TE AMAR! EM CADA DESPEDIDA EU VOU TE AMAR! DESESPERADAMENTE EU SEI QUE VOU TE AMAR!

Parei e me acabei em prantos...Eh, agora era por nossa conta! Que medo!

Chegamos em casa e meu marido teria que sair logo em seguida por um compromisso inadiável.
Ficamos em casa eu e Manu que não quis mamar de jeito nenhum, ficando mais de 5 horas sem mamar e só dormindo.

Entrei em desespero, mas depois meu marido chegou e ela voltou a mamar...Estava em casa agora...protegida afinal!

Nos primeiros dias foi difícil, ela mamava por muito tempo, o peito doía, tinha cólicas e me sentia impaciente, pois estava cansada e nunca sabia que horas ela iria parar...Mamava praticamente o dia todo e a noite acordava e mamava muito tb. Eu pensava, mas será que é assim mesmo, essa dor, tanto tempo mamando? Mas com o passar dos dias foi ficando mais tranquilo, ela pegando mais fácil o peito, eu não sentia mais dor e nossa relação foi tb ficando mais forte.

Por volta dos 3 meses ela mamava muito e chegava até a vomitar de tanto que mamava, nessa fase acabamos dando a chupeta que ela chupou por um curto tempo, pois fez com que perdesse peso ja que ela passou a mamar menos. Com a retirada da chupeta ela voltou a mamar mas não tanto que chegasse a vomitar e voltou a ganhar peso.

Manu foi amamentada exclusivamente com LM em LD até mais ou menos 7 meses, pois não mostrou nenhum interesse por alimentos aos 6 meses e decidimos junto com a pediatra dela, Dra. Nina que poderíamos começar a introdução alimentar mais tarde. Esse processo ainda não ingrenou, Manu só passou a comer melhor, mesmo assim, come bem as frutas, agora depois dos 10 meses, antes disso só experimentou os sabores, está assim ainda com as papinhas salgadas, mas não temos pressa...estamos no tempo dela.

Para chegar até aqui, passamos por papinhas com várias consistências, até descobrirmos que ela gosta mesmo é de pedaços, e sem nenhum dentinho, pois só agora com 10 meses e meio que estão nascendo os dois primeiros.

Enfim, Manuela vem nos mostrando a cada dia sua peculiaridade, suas particularidades e por que não dizer sua personalidade...

Procuramos a cada dia dar a ela o espaço que é dela em nossas vidas...o espaço para que ela possa crescer com a certeza que esta sendo amada pelo que é não pelo que queremos que seja.

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