sexta-feira, 6 de maio de 2011

A Pedagogia humanista de Carl Rogers

Me pediram para postar sobre os diversos tipos de Pedagogia diferentes da tradicional, não sou educadora, mas pretendo trazer alguma contribuição para vocês do que conheço e pesquiso.
Assim sendo, aí vai um texto sobre a pedagogia de Carl Rogers, conheço bastante a parte do trabalho dele com a Psicologia, mas com certeza na Educação também tem muitos seguidores, garanto que é muito interessante. Vale a pena dar uma olhada.

A Pedagogia humanista de Carl Rogers

Texto de: Fabíola Langaro, Geórgia Bunn Santos e Maria Aparecida Oltramari (Psicólogas)

Fonte: http://jornaloutro.blogspot.com/
A educação, segundo uma visão humanista, deveria englobar todo o sujeito, ou seja, incluir neste processo a aprendizagem não só no aspecto cognitivo, mas também nos aspectos emocional e de vivência. Para Carl Rogers, representante do humanismo, a política de educação deve estar centrada no aluno, que participará ativamente das decisões norteadoras de sua aprendizagem.
A teoria humanista vê o homem como centro de interesse, sendo o modelo do mundo. Este homem se caracteriza pela sua dignidade, individualidade, subjetividade e liberdade. A realidade é particular e individual, pois cada sujeito a percebe de acordo com o que experimenta.
Dessa forma, o homem é visto em sua totalidade e, portanto, a educação deveria seguir o mesmo princípio. O processo de aprendizagem significativa será mais completo, profundo e duradouro se envolver não só cognição, mas também os sentimentos e as experiências vivenciadas pelo estudante.
Rogers propôs que a educação

“seria a criação de condições nas quais os alunos pudessem tornar-se pessoas de iniciativa, de responsabilidade, de autodeterminação, de discernimento, que soubessem aplicar-se a aprender as coisas que lhe servirão para a solução de seus problemas e que tais conhecimentos os capacitassem a se adaptar com flexibilidade às novas situações, aos novos problemas, servindo-se da própria experiência, com espírito livre e criativo”.
(Misukami, p. 45, 1986).

Rogers criticou a política de ensino tradicional, por fazer do professor o possuidor do conhecimento e o aluno, recipiente. O professor é possuidor do poder, regendo pela autoridade a prática em sala de aula, mantendo a ordem e a disciplina através do amedrontamento dos alunos, que o obedecem.

“A aula, ou algum meio de instrução verbal, é a forma principal de colocar conhecimento no recipiente. O exame avalia até onde o estudante o recebeu. Estes são os elementos centrais deste tipo de educação”.
(Rogers, p.134, 1977).


Sua crítica principal era de que, desta forma, o sistema educacional dá lugar apenas ao intelecto, e não para o ser humano como um todo.
A filosofia rogeriana para a educação consiste em centrar no estudante a responsabilidade pelo seu aprendizado. Para que isto seja possível, é necessário que haja a precondição estabelecida por Rogers, de que a pessoa que irá ocupar o papel do professor tenha confiança suficiente e si mesma e se torne facilitador, confiando na capacidade que os alunos possuem de aprender por si próprios. Satisfeita esta precondição, os alunos devem participar do planejamento curricular, decidindo com o grupo que atividades serão realizadas. O importante é favorecer o processo contínuo de aprendizagem, onde o bom resultado aparece quando o estudante aprende a aprender, ou seja, se conhece o suficiente para entender os mecanismos que facilitam a aquisição do conhecimento preterido.
A disciplina externa é substituída pela auto-disciplina. A avaliação é fundamentalmente uma auto-avaliação, que pode ser enriquecida pelo facilitador e pelo grupo.
Estes fundamentos marcam as diferenças entre a educação tradicional e a educação empreendedora de Rogers. Sua intenção era a de promover o crescimento do ser humano, envolvendo todos os aspectos de sua vida. O objetivo é chegar a uma aprendizagem significativa, que só é obtida porque a direção da aprendizagem é escolhida pelo estudante, a aprendizagem é auto-iniciada e, principalmente, pelo fato de a pessoa estar investida inteira no processo.
Assim, a educação humanista volta-se para a obtenção de aprendizagens que vão além do intelecto, objetivando uma formação integral do ser humano, para que este chegue a ter uma vida feliz e repleta de experiências satisfatórias. Rogers conseguiu fundamentar os passos para se chegar à realização efetiva destes objetivos, e propôs uma verdadeira revolução na política da educação existente na década de 70.




REFERÊNCIAS

MISUKAMI, Maria da G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: E.P.U., 1986.
ROGERS, Carl R. A pessoa como centro. São Paulo: E.P.U, 1977.
SCHULTZ, D. P. e SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. São Paulo: Cultrix, 2001.



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